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Exaltação da Santa Cruz
Foi na Cruz que Jesus consumou a sua oblação de amor para glória e alegria de Deus e nossa salvação. É, pois, justo que veneremos o sinal e o instrumento da Redenção.
Esta festa nasceu em Jerusalém e difundiu-se por todo o Médio Oriente, onde ainda hoje é celebrada, em paralelo com a Páscoa. No dia 13 de Setembro, foi consagrada a Basílica da Ressurreição, em Jerusalém, mandada construir por Santa Helena e Constantino. No dia seguinte, foi explicado ao povo o significado profundo da igreja, mostrando-lhe o que restava da Cruz do Salvador. No século VI esta festa em honra da Santa Cruz já era conhecida em Roma. Em meados do século VII, começou a ser celebrada no dia 14 de Setembro, quando se expunham à veneração dos fiéis as relíquias da Santa Cruz.
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Nossa Senhora das Dores
A devoção a Nossa Senhora das Dores remonta ao começo do segundo milénio, quando se desenvolveu a compaixão para com Maria junto à cruz de Jesus, onde a Virgem vive e sente os sofrimentos do seu Filho. O primeiro formulário litúrgico desta festa surgiu em Colónia, na Alemanha, no ano de 1423. Sisto IV inseriu no Missal Romano a memória da Senhora da Piedade. A atenção à “Mãe dolorosa” desenvolve-se gradualmente sob a forma das Sete Dores, representadas nas sete espadas que Lhe trespassam o peito. Os Servos de Maria, que celebravam a memória desde 1668, favoreceram a sua extensão à igreja latina, em 1727. Pio X colocou a memória no dia 15 de Setembro.
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Santa Teresinha do Menino Jesus, padroeira das missões e doutora da Igreja
“Quero passar meu céu fazendo o bem na terra”, dizia Santa Teresa de Lisieux, conhecida como Santa Teresinha do Menino Jesus, cuja festa é celebrada neste dia 1ºde outubro. A santa carmelita, mesmo com sua vida contemplativa, tornou-se a padroeira das missões e Doutora da Igreja.
Santa Teresa viveu somente 24 anos. Mas, deixou um grande legado de amor para a Igreja, o qual se tornou muito conhecido com o passar do tempo.
Marie Françoise Thérèse Martin nasceu em Alençon (França), em 2 de janeiro de 1873, filha do casal Louis Martin e Zélie Guérin, que serão canonizados no próximo dia 18 de outubro pelo Papa Francisco.
Uma família modesta e temente a Deus, que teve como frutos oito filhos antes da caçula Teresa. Quatro deles, porém morreram ainda novos, restando em vida Maria, Paulina, Leônia e Celina.
Teresinha entrou para o Mosteiro das Carmelitas em Lisieux aos 15 anos de idade, com a autorização do Papa Leão XIII. Sua vida se passou na humildade, simplicidade e confiança plena em Deus.
Entregou-se com inteira decisão e consciência à tarefa de ser santa. Sem perder o ânimo, diante da aparente impossibilidade de alcançar os pontos mais elevados da renúncia de si mesma, costumava repetir: “Deus não inspira desejos impossíveis. Não tenho que me fazer mais do que sou, mas sim me aceitar tal como sou, com todas minhas imperfeições”.
Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face esteve como criança para o Pai, livre igual a um brinquedo aos cuidados do Menino Jesus, e tomada pelo Espírito de amor, que a ensinou a pequena via da infância espiritual.
Teresinha tinha um profundo desejo em seu coração de ter sido missionária “desde a criação do mundo até a consumação dos séculos”. Queria ser tudo, até que descobriu sua vocação: “No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor”.
Santa Teresa morreu de tuberculose, em 30 de setembro de 1897, dizendo suas últimas palavras: “Oh!… amo-O. Deus meu,… amo-Vos!”.
Um ano depois de sua morte, a partir de seus escritos, foi publicado o livro “História de uma alma”, que conquistou o mundo porque deu a conhecer o muito que esta religiosa tinha amado Jesus.
Foi beatificada em 1923 e canonizada em 1925, pelo Papa Pio XI, que a declarou “Patrona Universal das Missões Católicas”, em 1927.
Em 19 de outubro de 1997, São João Paulo II a proclamou Doutora da Igreja. Na ocasião, disse: “Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face é a mais jovem dos ‘Doutores da Igreja’, mas seu ardente itinerário espiritual manifesta tal maturidade, e as intuições de fé expressas em seus escritos são tão vastas e profundas, que lhe merecem um lugar entre os grandes professores do espírito”.
“O desejo que Teresa expressou de ‘passar seu céu fazendo o bem na terra’ segue cumprindo-se de modo admirável. Obrigado, Pai, porque hoje nos faz próxima de uma maneira nova, para louvor e glória de seu nome pelos séculos!”, concluiu São João Paulo
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Frei Galvão
Frei Galvão, o primeiro santo nascido no Brasil, se tornou famoso no Brasil por causa de suas pílulas. As “Pílulas de Frei Galvão” atravessaram séculos e continuam a ajudar o povo até hoje. Curas e verdadeiros milagres já aconteceram pela fé no uso das pílulas, inclusive os milagres confirmados pela Igreja, que levaram à beatificação e canonização de Frei Galvão.
Porém, há um outro aspecto da vida dele que me chama a atenção. Pouca gente sabe que Frei Galvão viveu na época do Marquês de Pombal. E isso é determinante na história deste grande santo.
O Marquês de Pombal tinha se tornado uma espécie de Primeiro Ministro de Portugal, que tinha autoridade e dava ordens em nome do rei. E, sendo de uma corrente de governo que não admitia contestação ao rei, Pombal não suportou os questionamentos dos jesuítas frente aos abusos do Império. Por isso, ordenou a expulsão dos jesuítas de Portugal e de todas as áreas do Império, inclusive o Brasil.
Acontece que nesta época, o jovem Antônio de Santana Galvão, o nosso Frei Galvão, estava estudando no Colégio dos Jesuítas na Bahia, o melhor colégio do Brasil. Seu sonho era ser jesuíta para educar e evangelizar corajosamente onde fosse preciso. Mas seus planos tiveram que ser mudados porque os jesuítas foram expulsos do Brasil. Frei Galvão acompanhou tudo bem de perto.
Aos 19 anos ele voltou para sua terra natal, Guaratinguetá. Lá, seu pai, Antônio Galvão de França, era o Capitão Mor, como se fosse um prefeito da vila. Sabendo de toda a conjuntura política do Império, seu pai aconselhou o filho a entrar para a ordem franciscana do Rio de Janeiro, pois a perseguição de Pombal contra os jesuítas era irreversível. Tanto que os jesuítas e outras ordens religiosas ficaram 60 anos sem entrar no Brasil. Isso trouxe consequências graves para o país porque, naquele tempo, somente as ordens religiosas – e especialmente os jesuítas – se dedicavam à educação. O Brasil passou 60 anos sem educadores. Sofremos as consequ6encias disso até hoje.
Mas, voltando ao nosso Frei Galvão, ele ouviu o conselho de seu pai e se tornou o franciscano mais ilustre do país. Pelo fato de ser franciscano é que ele é chamado de “Frei” Galvão. Por causa da grande cultura adquirida entre os jesuítas, Frei Galvão foi ordenado aos 22 anos e enviado para o Convento São Francisco na cidade de São Paulo. Lá, foi o porteiro do convento e confessor das carmelitas.
E foi atendendo a uma das irmãs chamada Ir. Helena, que o rumo da vida de frei Galvão mudou novamente. Ir. Helena dizia ouvir do próprio Jesus o pedido para que se construísse um novo convento para moças. Depois de estudar as mensagens e submetê-las à análise de teólogos renomados, Frei Galvão viu que eram verdadeiras. Por isso, dedicou o resto de sua vida à realização desse pedido de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Acontece que as proibições do Marquês de Pombal ainda estavam em vigor. Além de expulsar os jesuítas, Pombal proibira a fundação de novas ordens religiosas bem como a construção de igrejas e conventos. E é nesse contexto que Frei Galvão assume obedecer antes a Deus do que aos homens.
Ele começa o que hoje conhecemos como Mosteiro da Luz, com apenas um casebre no meio do mato, habitado por Ir. Helena e mais duas irmãs. Aos poucos, novas moças vocacionadas vão chegando e os casebres vão aumentando. Depois de um ano acontece uma nova virada na vida de Frei Galvão: Ir. Helena morre. Diante desse fato inesperado, Frei Galvão é autorizado por seus superiores a assumir a condução do novo “convento”.
Assim, ele funda a ordem das Irmãzinhas da Imaculada Conceição e estabelece as regras da nova ordem. Lembrando que a fundação de novas ordens religiosas estavam proibidas no Império.
Muitas moças começam a chegar e Frei Galvão vê a necessidade de se construir um convento digno para as religiosas. Então ele planeja, projeta, desenha e começa a construir o Mosteiro da Luz. Para isso, saía a pé pedindo esmolas por toda a região.
E as esmolas chegam mais e mais. O povo acredita e quer. A construção começa a avançar. Então, um governador de São Paulo chamado Morgado de Mateus resolve impedir a obra e exilar Frei Galvão seguindo as ordens de Pombal. Frei Galvão obedece prontamente, sem resistir. Mas o povo de São Paulo não aceita. Eles reúnem um pequeno exército que busca Frei Galvão e o coloca de novo à frente da construção do convento. Para evitar um confronto, Morgado de Mateus é obrigado a ceder.
Depois de um tempo, porém, o mesmo governador volta a atacar com a mesma ação contra Frei Galvão. E o povo de São Paulo novamente impede, saindo em defesa daquele que já chamavam de “santo”. Assim, Frei Galvão segue com sua obra mesmo diante da proibição do Império.
Morgado de Mateus é condenado por corrupção e substituído por um outro governador que percebeu a grandeza de Frei Galvão e o apoiou. Assim, as dificuldades políticas cessaram, mas as dificuldades financeiras estavam apenas começando. O Brasil e o Império começaram a passar por grande penúria que durou anos. Mesmo assim Frei Galvão continuou com sua obra financiada pelas esmolas do povo.
A construção do Mosteiro da Luz durou quase cinquenta anos. Além de ser um prodígio da construção civil com o título de “Patrimônio Cultural da Humanidade” pela UNESCO, o Mosteiro da Luz é um prodígio de coragem, de perseverança, de fé e de determinação de Frei Galvão.
Frei Galvão tem grandes lições para o homem de hoje. Para obedecer a um pedido de Jesus Cristo, ele enfrentou tudo e todos. Enfrentou o Império Português. Mas não com armas. Enfrentou com paciência, perseverança, humildade, fé, amor, perdão, bondade e oração. E venceu! Sua obra está em pé até hoje: não só o Mosteiro da Luz como também a Ordem das religiosas que moram ali. Graças a ele, hoje existe em São Paulo o imenso Bairro da Luz. A movimentada e atual Avenida Tiradentes, que passa em frente ao Mosteiro, começou a existir como uma pequena trilha: a trilha que Frei Galvão fazia todos os dias para ir do Convento São Francisco onde morava até os casebres das irmãs que se tornaram o grandioso Mosteiro da Luz! Foi um começo pequeno, mas abençoado por Deus. Aprova está aí, atravessando séculos.
Nascido em Guaratinguetá, em 1739, de uma família de muitas posses, descendia dos primeiros povoadores da Capitania e corria em suas veias sangue de bandeirantes. Foi ele próprio chamado “Bandeirante de Cristo”, porque tinha na alma a grandeza, o arrojo e fortaleza de um verdadeiro bandeirante. Renunciou a uma brilhante situação no mundo e ingressou na Ordem franciscana. Fundou, em 1774, juntamente com Madre Helena Maria do Espírito Santo, o Mosteiro concepcionista de Nossa Senhora da Luz, na capital paulista. Não somente formou e conduziu nas vias da espiritualidade franciscana e concepcionista as religiosas desse mosteiro, mas também o edificou materialmente, ao longo de quase 50 anos de esforços contínuos. Foi o arquiteto, o engenheiro, o mestre de obras e muitas vezes o operário da sua edificação, que somente se tornou possível porque ele incansavelmente pedia, ao povo fiel, esmolas para a magnífica construção. Entregou sua alma a Deus em 1822 e foi beatificado em 1998. Até hoje sua sepultura, na capela do mosteiro, é visitada por multidões que acorrem a lhe pedir graças e milagres, e também à procura das famosas e prodigiosas “pílulas de Frei Galvão”. A origem dessas pílulas é contada num folheto distribuído no próprio mosteiro: “Certo dia, Frei Galvão foi procurado por um senhor muito aflito, porque sua mulher estava em trabalho de parto e em perigo de perder a vida. Frei Galvão escreveu em três papelinhos o versículo do Ofício da Santíssima Virgem: Post partum Virgo Inviolata permansisti: Dei Genitrix intercede pro nobis(Depois do parto, ó Virgem, permanecestes intacta: Mãe de Deus, intercedei por nós). Deu-os ao homem, que por sua vez levou-os à esposa. Apenas a mulher ingeriu os papelinhos, que Frei Galvão enrolara como uma pílula, a criança nasceu normalmente. Caso idêntico deu-se com um jovem que se estorcia com dores provocadas por cálculos visicais. Frei Galvão fez outras pílulas semelhantes e deu-as ao moço. Após ingerir os papelinhos, o jovem expeliu os cálculos e ficou curado. Esta foi a origem dos milagrosos papelinhos, que, desde então, foram muito procurados pelos devotos de Frei Galvão, e até hoje o Mosteiro fornece para as pessoas que têm fé na intercessão do Servo